sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A alegria e a "fraqueza" de Deus para com os pecadores reencontrados
 Papa Francisco recorda a solicitude do Bom Pastor para com a ovelha perdida que triunfa sobre a "murmuração hipócrita" dos homens

- Jesus, os fariseus e os publicanos, o pecado e a hipocrisia, a ovelha perdida. Esta manhã, durante a homilia na Santa Marta, Papa Francisco voltou com uma das ‘chaves de leitura’ de sua pregação: a misericórdia de Deus que triunfa sobre o mal e a mesquinhez dos homens.
O Evangelho de hoje (cf. Lc 15,1-10), explicou o Papa, mostra o espanto dos escribas e fariseus em relação a Jesus, percebido como uma "ameaça" por sua proximidade com os pecadores e que, por essa razão, "ofende a Deus" e "contamina o ministério do profeta".
Mas Jesus tacha a "música da hipocrisia" de seus adversários e a “murmuração hipócrita” deles, e responde com uma "alegre parábola" em que destaca a "alegria de Deus” diante da ação de seu Filho que perdoa os pecadores.  
De fato, Deus "não gosta de perder”, então, vai em busca “daqueles que estão longe dEle. Como o pastor que vai em busca da ovelha perdida". Seu "trabalho" é buscar qualquer criatura e "convidar para a festa de todos, bons e maus”.
Deus não quer perder nenhum dos seus, assim como Jesus revela na oração da Quinta-feira Santa: “Pai, que não se perda nenhum daqueles que tu me deste”.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Vaticano: Papa pede às comunidades católicas que rejeitem «frieza» e «egoísmo» nas suas relações

Vaticano: Papa pede às comunidades católicas que rejeitem «frieza» e «egoísmo» nas suas relações
O convite para a  festa não tem preço
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«A existência cristã é um convite» gratuito para a  festa; um convite que não se pode comprar, porque vem de Deus, e ao qual é preciso responder com a participação e a partilha. Foi a reflexão sugerida pelo Papa Francisco na missa celebrada na manhã de terça-feira, 5 de Novembro, em Santa Marta,  inspirada nas leituras litúrgicas (Romanos 12, 5-16a; Lucas 14, 15-24). Leituras – explicou – que «nos mostram como é o bilhete de identidade do cristão; como é um cristão». E das quais se  compreende «antes de tudo» que «a existência cristã é um convite:  só nos tornamos cristãos  se formos convidados».
O Papa Francisco esclareceu o que significa concretamente o convite do Senhor para cada cristão: não um convite «para dar um passeio» mas «para uma festa; para a alegria:  alegria de ser salvo,  alegria de ser redimido», a alegria de partilhar a vida com Jesus. E sugeriu também o que devemos entender com o termo «festa»: «uma reunião de pessoas que falam, riem, festejam, são felizes», disse. Mas o elemento principal é exactamente a «reunião» de muitos indivíduos. «Entre as pessoas mentalmente normais nunca vi alguém que festeja sozinho: seria um pouco tedioso!», explicou, evocando a triste imagem de quem «abre uma garrafa de vinho» para brindar em solidão. Portanto, a festa exige que se esteja em companhia, «com os outros, em família, com os amigos». Resumindo, a festa «partilha-se». Por isso, ser cristão implica «pertença. Pertencemos a este corpo», feito de «pessoas que foram convidadas para a festa»; uma festa que «nos une a todos», uma «festa de unidade».
Um ulterior aspecto analisado pelo Pontífice refere-se à misericórdia de Deus, que alcança até quantos declinam o convite ou fingem que o aceitam mas não participam plenamente na festa. O trecho de Lucas enumera as desculpas dadas por alguns convidados muito ocupados, os quais «participam na festa só de nome: não aceitam o convite, dizem sim» mas na verdade é um não. Para o Papa Francisco são os precursores daqueles «cristãos que  se limitam a estar na lista dos convidados. Cristãos “na lista”». Contudo, infelizmente ser «classificado como cristão» não «é suficiente. Se não entramos na festa, não somos cristãos; estamos na lista mas isto não serve para a nossa salvação», advertiu  o Papa.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

 Não há pecado que possa cancelar da memória 
e do coração de Deus um filho
Papa Francisco recorda que Jesus é misericordioso 
e nunca se cansa de perdoar

- Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de Lucas deste domingo nos mostra Jesus que, em seu caminho rumo a Jerusalém, entra na cidade de Jericó. Esta é a última etapa de uma viagem que resume em si o sentido de toda a vida de Jesus, dedicada a procurar e salvar as ovelhas perdidas da casa de Israel. Mas quanto mais no caminho aproxima-se da meta, mais em torno de Jesus forma-se um círculo de hostilidade.
No entanto, em Jericó, acontece um dos eventos mais alegres narrados por São Lucas: a conversão de Zaqueu. Este homem é uma ovelha perdida, é desprezado, é um “excomungado”, porque é um publicano, antes, é o chefe dos cobradores de impostos da cidade, amigo dos odiados ocupantes romanos, é um ladrão e um explorador. Bela figura, não é? É assim.
Impedido de aproximar-se de Jesus, provavelmente por motivo de sua má fama, e sendo baixo de estatura, Zaqueu sobe em uma árvore para poder ver o Mestre que passa. Este gesto exterior, um pouco ridículo, exprime, porém, o ato interior do homem que procura colocar-se sobre a multidão para ter um contato com Jesus. O próprio Zaqueu não sabe o sentido profundo de seu gesto; não sabe por que faz isto, mas o faz; nem sequer ousa esperar que possa ser superada a distância que o separa do Senhor; conforma-se em vê-Lo somente de passagem. Mas Jesus, quando chega próximo àquela árvore, chama-o pelo nome: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa” (Lc 19, 5). Aquele homem baixo de estatura, rejeitado por todos e distante de Jesus é como perdido no anonimato; mas Jesus chama-o, e aquele nome Zaqueu, naquelas línguas daquele tempo, tem um belo significado cheio de alusões: “Zaqueu” de fato quer dizer “Deus recorda”. É belo: “Deus recorda”.
E Jesus vai àquela casa de Zaqueu, suscitando as críticas de todo o povo de Jericó. Porque também naquele tempo se fofoca muito, né? E o povo dizia: “Mas como? Com todas as bravas pessoas que há na cidade, vai hospedar-se justamente na casa de um publicano?” Sim, porque ele estava perdido; e Jesus diz: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão” (Lc 19, 9). Na casa de Zaqueu, a partir daquele dia, entrou a alegria, entrou a paz, entrou a salvação, entrou Jesus.