sábado, 22 de setembro de 2012


O Frio que veio de dentro

Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse - eles o sabiam, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo:
- "Aquele negro! Jamais darei a minha lenha para aquecer um negro." E guardou-as protegendo-as dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um círculo em torno do fogo, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspeto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:
- "Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?"
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou a sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve.
Ele pensou:
- "Esta neve pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava.
Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosa das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos."
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira cobriu-se de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipa de Socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ano da Fé: Bento XVI diz que a Igreja Católica deve recuperar «o entusiasmo de comunicar» o Evangelho

Ano da Fé: Bento XVI diz que a Igreja Católica deve recuperar «o entusiasmo de comunicar» o Evangelho

O mundo de hoje precisa de sinais claros e fortes de diálogo e cooperação


As palavras de Bento XVI na Audiência Geral de quarta-feira



Caros irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de voltar brevemente, com o pensamento e com o coração, aos extraordinários dias da viagem apostólica que fiz ao Líbano. Uma viagem que eu realmente queria, apesar das circunstâncias difíceis, considerando que um pai deve estar sempre próximo aos seus filhos quando encontram graves problemas. Fui movido pelo desejo verdadeiro de anunciar a paz que o Senhor ressuscitado deixou aos seus discípulos com as palavras: “Vos dou a minha paz - سَلامي أُعطيكُم » (João 14,27). Esta minha Viagem tinha como propósito principal a assinatura e entrega da Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente aos representantes da Comunidades católicas do Oriente Médio, assim como a outras Igrejas e Comunidades eclesiais e também aos Chefes muçulmanos.

Não se pode estar, de fato, a serviço dos homens, sem ser primeiro servo de Deus
Bento XVI recebe em audiência os prelados participantes da conferência organizada pela Congregação para os Bispos e as Igrejas Orientais
 O Ano da Fé, o 50º aniversário de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II , a 13ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova evangelização, os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica são ocasiões” para reforçar a fé”.
Estas foram palavras do papa Bento XVI durante a audiência com os Bispos de recente nomeação, participantes do congresso promovido pela Congregação para os Bispos e as Igrejas Orientais. “O reunir-se em Roma, no início de vosso serviço episcopal -destacou o Papa- , é um momento propício para fazer uma experiência concreta da comunicação e da comunhão entre vós, e, no encontro com o Sucessor de Pedro, alimentar o senso de responsabilidade por toda a Igreja”.
O Santo Padre convidou os bispos a “promover e sustentar “um compromisso mais determinado da Igreja a favor da nova evangelização para redescobrir a alegria no crer e reencontrar o entusiasmo do comunicar a fé” (Lett. ap. Porta fidei, 7).
O convite é aquele de “favorecer e alimentar a comunhão e a colaboração entre todas as realidades de suas dioceses”. A evangelização, de fato, explicou Bento XVI “não é trabalho de alguns especialistas, mas de todo o Povo de Deus, sob orientação dos Pastores”, por isso, “cada fiel com a comunidade eclesial, deve sentir-se responsável pelo anúncio e pelo testemunho do Evangelho”.
A Nova Evangelização é, definitivamente, um produto do Concílio Vaticano II, tanto é verdade que o beato João XXIII, em seu discurso no encerramento do 1° período do Concilio, via como um “novo Pentecostes que iria florescer a Igreja na sua riqueza interior e no seu estender-se maternalmente a todos os campos da atividade humana”.

domingo, 16 de setembro de 2012

Líbano: Papa deixa mensagem de tolerância e pluralismo para a paz no Médio Oriente

Líbano: Papa deixa mensagem de tolerância e pluralismo para a paz no Médio Oriente

"Uma guia para avançar nos caminhos multiformes e complexos por onde Cristo vos precede"

Discurso de Bento XVI No ato da entrega da Exortação Apostólica Post-Sinodal Ecclesia in Medio Oriente


BEIRUTE, domingo, 16 de setembro de 2012(ZENIT.org) - No ato da entrega da Exortação Apostólica Post-Sinodal ‘Ecclesia in Medio Oriente’, aos Patriarcas católicos do Oriente Médio, aos Presidentes das Conferências Episcopais da Turquia e do Irã, e a uma representação de fiéis, Bento XVI pronunciou o seguinte discurso:

Suas Beatitudes, Senhores Cardeais,
Amados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

A celebração litúrgica que vivemos permitiu-nos dar graças ao Senhor pelo dom da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que teve lugar em Outubro de 2010 sobre o tema: «A Igreja Católica no Médio Oriente, comunhão e testemunho. "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma" (Act 4, 32)». Quero agradecer a todos os Padres sinodais pela sua contribuição. A minha gratidão vai também para o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, D. Eterović, pelo trabalho realizado e pelas palavras que me dirigiu em vosso nome.

"A vocação da Igreja e do cristão é servir"

Homilia de Bento XVI durante missa no City Center Waterfront de Beirtute


BEIRUTE, domingo, 16 de setembro de 2012(ZENIT.org) – Às 10:00 da manhã de hoje, XXIV Domingo do Tempo Comum, o Papa presidiu à celebração da Santa Missa por ocasião da publicação da Pós-sinodal Ecclesia no Oriente Médio da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos.
Após a proclamação do Santo Evangelho, Bento XVI pronunciou a seguinte homilia:
Amados irmãos e irmãs!
«Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo» (Ef 1, 3). Bendito seja Ele neste dia em que tenho a alegria de me encontrar convosco aqui, no Líbano, para entregar aos Bispos da região a Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente. Agradeço cordialmente a Sua Beatitude Béchara Boutros Raï as amáveis palavras de boas-vindas. Saúdo os outros Patriarcas e os Bispos das Igrejas orientais, os Bispos latinos das regiões vizinhas bem como os Cardeais e os Bispos vindos doutros países. Com grande afecto, saúdo a todos vós, queridos irmãos e irmãs do Líbano e também dos países de toda esta amada região do Médio Oriente, que viestes celebrar, com o sucessor de Pedro, Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado. Dirijo também a minha deferente saudação ao Presidente da República e às Autoridades libanesas, aos Responsáveis e aos membros das outras tradições religiosas que quiseram estar aqui nesta manhã.

"Oxalá os homens compreendam que são todos irmãos!"

Palavras de Bento XVI ao recitar o Angelus durante Viagem Apostólica ao Líbano


BEIRUTE, domingo, 16 de setembro de 2012(ZENIT.org) - Antes de recitar a tradicional oração mariana do Angelus durante Viagem Apostólico ao Líbano, Bento XVI pronunciou as seguinte palavras:
Amados irmãos e irmãs!
Voltemo-nos agora para Maria, Nossa Senhora do Líbano, ao redor da qual se encontram os cristãos e os muçulmanos. Peçamos-Lhe que interceda junto do seu divino Filho por vós e, de modo particular, pelos habitantes da Síria e dos países vizinhos, implorando o dom da paz. Vós conheceis bem a tragédia dos conflitos e da violência, que gera tantos sofrimentos. Infelizmente, o fragor das armas continua a fazer-se ouvir, assim como o grito das viúvas e dos órfãos. 

"A liberdade religiosa tem uma dimensão social e política indispensável para a paz"

Encontro de Bento XVI com as autoridades políticas e religiosas libanesas no Palácio Presidencial de Baadba

BEIRUTE, sábado, 15 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - No segundo dia da sua visita pastoral no Líbano, o Papa Bento XVI passou a maior parte da manhã no Palácio Presidencial de Baadba, onde se reuniu com as principais autoridades políticas e religiosas do país.
Em primeiro lugar, em dois momentos diferentes, na Sala dos Embaixadores do Palácio Presidencial, o Santo Padre conversou com o presidente da República Libanesa, Michel Sleiman, e com o primeiro-ministro Nabih Berri, na presença dos seus respectivos familiares. Cada um dos encontros terminou com o ritual da troca de presentes e com a entrega de uma cópia da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Ecclesia in Medio Oriente.
Bento XVI teve outros colóquios com os líderes das Comunidades muçulmanas Sunita, Xiita, Drusa e Alawita, na presença do Cardeal Secretário de Estado Tarcisio Bertone, do Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Béchara Boutros Raï, do Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e do Núncio Apostólico no Líbano, Mons. Gabriele Giordano Caccia.
Terminado os encontros privados, o Santo Padre e a delegação de autoridades libanesas foram ao Jardim do Palácio Presidencial, onde houve o simbólico plantio de um cedro do Líbano, para depois irem para o Salão “25 de maio” onde, depois da introdução do presidente Sleiman, Bento XVI pronunciou o próprio discurso.

"Jovens libaneses, vós sois a esperança e o futuro do vosso país

Durante a reunião em Bkerké, Bento XVI exorta os jovens libaneses a não desanimarem diante dos desafios do presente, combatendo as tentações e mantendo sólidas a fraternidade e a confiança em Deus

BKERKÉ, sábado, 15 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - "Salami ō-tīkum! – Dou-vos a minha paz!”. Com as palavras de Cristo do Evangelho de João (Jo 14, 27) Bento XVI saudou os jovens do Líbano e do Oriente Médio reunidos na praça que está na frente do Patriarcado Maronita de Bkerké.
Depois de ter encontrado, nesta manhã, as Autoridades políticas, religiosas e do mundo da cultura no Palácio Presidencial de Baadba, o Papa quis concluir o segundo dia da sua viagem no País dos Cedros encontrando quem desde sempre “ocupa um lugar privilegiado no seu coração”: os jovens.
O evento, que contou com a presença de vários milhares de religiosos e seminaristas, realizou-se em forma de Celebração da Palavra e foi introduzido pela saudação do Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Sua Beatitude Béchara Boutros Raï, O.M.M. Imediatamente depois dois jovens deram o próprio testemunho.
"Queridos amigos, vocês vivem hoje nesta parte do mundo que viu o nascimento de Jesus e o desenvolvimento do cristianismo", começou o Santo Padre, depois de ter agradecido pela acolhida recebida. Esta é “uma grande honra”, continuou, além de que “um apelo à fidelidade, ao amor pela vossa terra e por acima de tudo a serem testemunhas e mensageiros da alegria de Cristo”.
Citando o exemplo dos numerosos Santos e Beatos do País, que mesmo vivendo “períodos difíceis”, mantiveram a fé como “fonte da sua coragem e do seu testemunho”, o Papa convidou as novas gerações a não desanimarem diante dos “muitos e sérios desafios” que eles têm que enfrentar “num mundo em contínuo movimento”.

O Senhor conceda ao Oriente Médio servidores da paz e da reconciliação

Bento XVI celebra missa para meio milhão de fiéis em Beirute

BEIRUTE, domingo, 16 de setembro de 2012(ZENIT.org)- Durante a celebração Eucarística desta manhã no City Center Waterfront de Beirute, Bento XVI renovou seu apelo de paz aos líderes do Líbano e de todo o Oriente Médio.
Chegando ao local da celebração, o Santo Padre recebeu do prefeito de Beirute a Chave da Cidade. A missa contou com a presença de 300 bispos e cerca de meio milhão de peregrinos e fiéis provenientes do Líbano e de países vizinhos.
A celebração foi introduzida com a saudação do patriarca de Antioquia dos Maronitas, sua beatitude Bechara Boutros Raï, O.M.M, presidente da A.P.E.C.L e da Assembléia dos Patriarcas católicos do Oriente Médio.
Ao agradecer a presença de Bento XVI, Boutros Raï saudou a sua visita pastoral como um "sinal de paz, uma paz que aspira nosso mundo em geral e o Oriente Médio, em particular."
A viagem do Papa e a assinatura da Exortação apostólica ‘Ecclesia in Médio Oriente’, afirma a presença formal da Cátedra de São Pedro nesta região do mundo, que consagrará uma presença cristã de dois mil anos", acrescentou o Patriarca .

Médio Oriente: Papa reforça apelo pela paz na Síria

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