sábado, 8 de setembro de 2012


O ano da fé: um dom para criar o espaço da verdade e da liberdade

Entrevista com monsenhor Waclaw Depo, Arcebispo Metropolitano de Czestochowa, sobre as perspectivas para o ano proclamado pelo Santo Padre


Por Pe. Mariusz Frukacz
CZESTOCHOWA, quinta-feira, 6 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos aqui a entrevista com o Arcebispo Metropolitano de Czestochowa, S.E. mons. Waclaw Depo, Presidente do Conselho para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Polonesa, sobre quais serão os pontos e os dons que o Ano da Fé, proclamado pelo Papa, trará para toda a humanidade.
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ZENIT: Excelência, o que significa o Ano da Fé para a Igreja e para cada fiel?
Mons. Depo: O Ano da Fé é um dom para a Igreja e para todos os fiéis. Um dom com o qual cada pessoa pode renovar o seu relacionamento com Cristo, assim como o evento por meio do qual os fiéis podem encontrar de novo o seu lugar na Igreja. Podemos dizer que o Ano da Fé será realizado com a adesão de cada pessoa e de cada família a Cristo. Nisto têm grande importância os movimentos católicos em nossas paróquias, cujos membros são as primeiras testemunhas de Cristo na igreja local.
ZENIT: O que entendemos por Nova Evangelização?
Mons. Depo: A Nova Evangelização, como nos ensina Bento XVI, é o dom do Espírito Santo. Penso que ela seja também um dever nosso e não um fardo difícil, mas a cooperação na obra da salvação. A Nova Evangelização também significa uma nova adesão a Cristo, um novo compromisso pessoal da mente e do coração. Toda pessoa recebe o Espírito de Deus para discernir a própria vida e, ao mesmo tempo, obter o desejo de unir-se a Jesus, de falar sobre Ele e testemunhá-lo com a própria vida.
Não estou me referindo apenas às pessoas que já pertencem à Igreja, mas também a todos aqueles que estão à procura de Cristo e da Igreja. O ponto é criar o espaço para a verdade e a liberdade, a liberdade de escolha para todos aqueles que hoje estão distantes da Igreja ou olham-na de modo muito crítico. Tenho certeza de que eles também são abraçados pelo amor de nosso Redentor.
O Credo deve ser a oração diária de um cristão. Todos os dias também temos que perceber em Quem acreditamos: não somente nos artigos de fé, mas em Alguém que é e se revela em cada artigo de fé.
ZENIT: Como presidente do Conselho para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Polaca, o que vossa Excelência acha do papel dos meios de comunicação na Nova Evangelização?
Mons. Depo: Eu acho que a tarefa dos meios de comunicação é muito importante, mas também muito difícil. Em nossos tempos estamos diante de uma luta dramática pela verdade. Juntos, a Igreja e os meios de comunicação - não apenas os católicos - devem assumir as próprias responsabilidades na pregação da verdade.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MÊS DA BÍBLIA...



QUANTO MAIS E MELHOR REZARMOS, MAIS NOS TORNAREMOS SEMELHANTES A ELE

As palavras de Bento XVI na Audiência Geral de quarta-feira

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, após as férias, retomamos as audiências no Vaticano, continuando a "escola de oração" que estamos vivendo juntos nas catequeses de quarta-feira.
Hoje gostaria de falar sobre a oração no livro de Apocalipse que, como vocês sabem, é o último do Novo Testamento. É um livro difícil, mas que contém uma grande riqueza. Nos coloca em contato com a oração viva e palpitante da assembléia cristã, reunida "no dia do Senhor" (Apocalipse 1:10), que é, de fato, o pano de fundo no qual se desenvolve o texto.
Um leitor apresenta à assembléia a mensagem confiada pelo Senhor ao evangelista João. O leitor e a assembléia são, por assim dizer, os dois protagonistas no desenvolvimento do livro. Para eles, desde o início, é dirigida uma saudação festiva: "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras da profecia" (1,3). Através do diálogo constante entre eles, brota uma sinfonia de oração, que se desenvolve em uma variedade de formas até a sua conclusão. Ouvindo o leitor que apresenta a mensagem, ouvindo e observando a assembléia que reage, a oração deles tende a se tornar nossa.

A primeira parte do Apocalipse (1,4-3,22) tem, na atitude da assembléia que reza, três fases sucessivas. A primeira (1,4-8) consiste em um diálogo - único caso no Novo Testamento - que ocorre entre a assembléia reunida e o leitor, que lhe dirige uma saudação de bênção: "Graça e paz "(1,4). O leitor destaca a origem dessa saudação: vem da Trindade, do Pai, do Espírito Santo, de Jesus Cristo, juntos envolvidos no levar adiante o projeto de criação e de salvação para a humanidade. A assembléia escuta, e quando escuta nomear Jesus Cristo, há como uma explosão de alegria e responde com entusiasmo, elevando a seguinte oração de louvor: "Àquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados com o seu sangue, que fez de nós um reino, sacerdotes para Deus e Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém" (1,5b-6). A assembléia, envolvida pelo amor de Cristo, se sente libertada da escravidão do pecado e proclama o "Reino" de Jesus Cristo, que pertence totalmente a Ele. Reconhece a grande missão que através do batismo foi confiada a ela, de levar ao mundo a presença de Deus. E conclui essa celebração de louvor olhando de novo diretamente para Jesus e, com crescente entusiasmo, reconhece Nele "a glória e o poder" para salvar a humanidade. O "Amém" final conclui o hino de louvor a Cristo. Já estes primeiros quatro versos contêm uma riqueza de evidências para nós, diz que a nossa oração deve ser, acima de tudo, escutar a Deus que fala. Submersos com tantas palavras, estamos pouco acostumados a ouvir, sobretudo a colocar-nos com disposição interior e exterior em silêncio para estar atentos ao que Deus quer nos dizer. Esses versículos ensinam-nos que a nossa oração, muitas vezes somente de pedidos, deve ser antes de tudo, de louvor a Deus por seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe força, esperança e salvação.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

REPARAR AMANDO...


Toda a vida de Jesus, todos os seus actos, todos os seus mistérios, todas as suas palavras e todas as suas atitudes, foram actos de amor, pois Ele é o Amor encarnado. Esse amor toma um sentido mais redentor, mais expiatório, mais reparador na oferta da Cruz, no dom da vida em amor ao Pai e aos homens. Unidos a Jesus podemos e devemos continuar a reparar amando e a amar reparando. Neste sentido toda a nossa vida deve ser reparadora, desde os momentos de oração, de adoração a Jesus Eucaristia, até aos momentos de trabalho e de serviço aos outros, passando por todas as maneiras de cooperar na obra redentora.
Reparar é amar Jesus presente na Eucaristia, oferecendo-se com ele, fazendo-Lhe companhia no sacrário, louvando e glorificando a sua presença em Corpo e em Sangue, Alma e Divindade. Se a Eucaristia é o sacramento do amor, por excelência, temos no diálogo com Ele, um modo precioso de reparar. Temos na oferta com Ele na Eucaristia, como a gota de água no vinho, uma maneira eficaz de colaborar na redenção, sendo oferenda permanente, sendo “hóstias vivas” oferecidas para que o mundo seja salvo.

Reparar é amar Jesus presente em cada homem e em cada mulher, em cada membro sofredor do seu Corpo Místico, onde Ele está presente. Sempre que amamos alguém, com amor evangélico, estamos a reparar, estamos a fazer bem a um cristo vivo, doente, preso, sofredor, injustiçado, só, idoso, desamparado, etc. Estes actos de amor cooperam na redenção, são modos concretos de reparar as chagas do Corpo Místico, onde Jesus continua a sofrer.

Reparar é amar, é trabalhar por amor quer na nossa profissão ou missão, quer no nosso apostolado, quer nas diversas actividades do nosso agir, por mais simples que nos pareçam. Se as fazemos por amor e com amor, estamos a reparar, estamos a cooperar na redenção, estamos a ajudar a construir e a dilatar o reino, estamos, com o nosso trabalho, a ser instrumentos do amor reparador no mundo.

Reparar é amar, é sofrer com amor e por amor, unido a Jesus Vítima, a Jesus Crucificado e, com Ele, oferecer as dores e os sofrimentos para redenção do mundo, para que a graça do sangue do Redentor lave o coração e a vida de todos os homens. Não perder nenhuma ocasião de oferecer as dores, quaisquer que sejam, vindas de fora ou motivadas por nós em espírito de penitência, para que a graça de Jesus Crucificado continue a agir no mundo, salvando e convertendo.

Reparar é amar, é rezar pelo mundo sofredor, é ter no coração e na vida o mundo inteiro para o oferecer a Jesus, e com Jesus ao Pai, é ser apóstolo através da oração universal, da oração que pede a misericórdia, da oração que pede por todos, que coloca todos no Coração de Deus, esquecendo-nos mais de nós, sendo menos egoístas na súplica, tendo um coração mais universal, rezando pelos que não rezam, pelos que não sabem rezar, pelos que não podem rezar.

Reparar é amar, e quem ama quer fazê-Lo mais conhecido, mais amado, mais louvado, mais servido, mais glorificado, e, por isso, se lança em vivência apostólica, com ânsias de amor, para que Jesus e o Pai, pela acção do Espírito sejam mais conhecidos, para que os pecadores se convertam, para que os ateus ou agnósticos descubram a Verdade, para que os tíbios e indiferentes encontrem caminhos de mais amor, mais generosidade.

Reparar é amar, é fazer com que haja menos pecados no mundo, é fazer com que haja menos blasfémias, menos sacrilégios, menos crimes, menos injustiças, menos famílias destruídas pela infidelidade, menos órfãos abandonados, menos idosos desamparados, menos guerra e menos violência, menos atentados à dignidade do amor casto, do pudor, do corpo como santuário de Deus.
Unidos a Jesus Cristo, participando da sua vida pelo baptismo, somos com Ele sacerdotes e vítimas, mediadores e redentores. A nossa participação n’Ele, a vivência duma existência cristã que nos mergulha em Jesus, torna-nos solidários com Ele. E n’Ele e com Ele entramos em comunhão com o Pai. Se o pecado é negação do amor, traição ao amor divino, se o pecado é rebeldia e desobediência, só amando ao jeito de Jesus e unidos a Ele, podemos desempenhar dum modo digno a nossa “obrigação”, nascida da nossa vocação cristã, de reparar amando, de amar reparando. E como só o amor salva e liberta, só o amor redime, só o amor converte, quanto mais amarmos, com o amor de Jesus, tanto mais a nossa existência será reparadora.

O SACRÁRIO



JESUS NO SACRÁRIO

O 50º Congresso Eucarístico realizado na Irlanda, voltou a chamar a atenção do mundo católico para a presença de Jesus no sacrário, para o culto da Eucaristia fora da Celebração, para os tempos de Adoração, para o valor das procissões eucarísticas, para a celebração das 40 Horas, para a Eucaristia como centro e cume de toda a vida cristã.
Jesus tem sede de nós, da nossa oração, da nossa presença, da nossa amizade, do nosso tempo, do nosso coração em cada sacrário. Precisamos de aumentar, um pouco por todo o lado, a culto a Jesus Eucaristia, o tempo que passamos conversando com Ele, as visitas, mesmo que sejam só espirituais, ao Deus Amor, presente em cada sacrário.
Temos que “matar a sede de Jesus”, pois seu Coração está ressequido por falta de amor, de reparação, de companhia. O convite feito à Beata Alexandrina é feito a cada um de nós: ir espiritualmente junto dos sacrários onde Jesus está mais só, menos acompanhado, com menos amor à sua volta. Ir reparar pecados e pedir graças, ir louvar e agradecer. Já o Papa Beato João Paulo II, em 24.03.80, na carta Mistério e Culto da Eucaristia, por ocasião da Quinta-Feira Santa, escreveu: «A Igreja e o mundo tem necessidade do culto eucarístico. Jesus espera por nós neste sacramento de amor. Não nos mostremos avaros do nosso tempo para ir encontrar-nos com Ele na adoração, na contemplação cheia de fé e pronta a reparar as grandes culpas e crimes do mundo. Que nunca cesse a nossa adoração» (nº3). E na encíclica “A Eucaristia, Vida da Igreja”(nº 25) (17.04.03) O Beato João Paulo II afirmou: «O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja, e está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. 
A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa – presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão e do vinho – resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão sacramental e espiritual. Compete aos pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas. É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo predilecto (cf. Jo 13, 25), deixar-se tocar pelo amor infinito de seu coração. Se actualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela “arte de oração”, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento?»[...] «A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós» [...] «Permanecer diante da Eucaristia fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça».

domingo, 2 de setembro de 2012


Setembro: mês da Bíblia

Estamos em mais um dos meses temáticos. Além dos temas dos textos bíblicos e os próprios da liturgia, a Igreja no Brasil nos sugere um assunto que perpassa todo o mês para a nossa reflexão.
Em setembro, a Igreja Católica celebra o mês da Bíblia. Esse mês temático foi criado em 1971 e ele foi escolhido porque no último domingo celebramos o Dia Nacional da Bíblia, devido à proximidade da festa de São Jerônimo, patrono dos estudos Bíblicos, no dia 30.
A cada ano um livro bíblico é aprofundado em nossas comunidades, seja pelas reuniões de grupos, seja pelas publicações, ou ainda pelas celebrações. Nesse ano, o tema deste mês é “discípulos missionários a partir do Evangelho de Marcos”. A escolha desse evangelista ocorre devido ao ano “B” da liturgia dominical, que contempla a leitura desse texto. Jà está previsto para os próximos anos seguir o mesmo tema à luz do evangelho do domingo: Lucas, Mateus e depois, em 2015, João.
Graças aos apóstolos, mais próximas testemunhas que viveram com Jesus Cristo, chegam até nós a Boa-Notícia da Salvação proclamada pelo Filho de Deus. Assim se expressa São Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Só Tu tens palavras de vida eterna?" (Jo 6, 68).

Fé na Palavra, que é viva! O Verbo é o prório Cristo: Ele é a Palavra viva! A Bíblia, ou Sagrada Escritura, é como uma carta enviada, que hoje atualizamos com a prática da fé, à luz da Tradição da Igreja e do Magistério Pontifício. É a Sua Palavra viva e eficaz.
O que a Palavra de Deus me diz, ainda hoje, aqui e agora? Deus fala, ainda hoje, e as palavras são dirigidas a todas as pessoas. Este é o grande mistério da Palavra de Deus. Para cada um dirige pessoalmente a sua voz.