sábado, 4 de fevereiro de 2012

Cristo Nossa Luz, consagra-nos para o Seu serviço
A Igreja celebra o dia do Consagrado.
Em Benguela teve um particular sabor, pois no Vale do Cavaco, as Servas Franciscanas Reparadoras, viveram um dia diferente, tendo como motivo de uma celebração revestida com muita dignidade e brilho, a comunidade de Santo António, onde fez a sua primeira profissão a Noviça Lídia Sinalã, chegada da sua formação feita em Moçambique.
Porque motivo não se fazia em casa e não na Igreja Paroquial? Lá se acatou a Obediência, fazendo uma celebração mais simples, embora com muitos convidados à mistura. Dos amigos da Congregação ninguém soube, pois então teríamos que abrir mão de muita coisa e não dava.
O Espírito do Senhor, foi transformando os corações e as palavras são poucas para tanto empenho da parte de todas para que tudo estivesse à altura de uma celebração da Congregação, que afinal já foi jubilar!
O coro das irmãs, aspirantes e seminaristas dos pobres Servos, orientados pela Ir. Laurinda Ngueve, tornaram harmoniosa a nossa celebração.
Presidiu a ela o nosso amigo da primeira hora, D. Óscar Lino Braga, Bispo emérito de Benguela, que estreava um lindo paramento vindo de Portugal para estas ocasiões. Este já de estola preparada para concelebrar, fica a saber que D. Eugénio não podia vir, pois estava doente. Não é que na noite anterior a irmã Maria dos Anjos lhe telefona e ele ao saber da presença de D. Eugénio na celebração, afirmou que o lugar dele não lhe retirava a alegria de estar connosco nesse dia em que também ele celebrava 37 anos de episcopado. Mas D. Eugénio ficou doente, sem voz e não pode estar, enviou o seu Vigário Geral. Eram dez os sacerdotes presentes e uma dezena de irmãs vindas de outras Congregações a saber: FMM, Doroteias, Santíssimo Salvador e Filhas da Virgem das Dores. Estavam os Pobres Servos e também os Saletinos.
Consciente, com alegria, serenidade e disponibilidade na entrega, assim se mostrou a jovem Lídia que emitia os seus votos de: Pobreza, Castidade e Obediência, na Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras.
A liturgia do dia era bem própria para a entrega da vida ao Senhor, tendo-O como modelo de entrega, de serviço e realização da Vontade do Pai. Ele a Luz verdadeira que veio ao Mundo para iluminar a nossa vida.
Na homilia, o Prelado, fez uma referência muito forte à vivência dos Votos e mencionou a importância da Obediência como o cerne para podermos viver em pobreza e castidade. Uma obediência por amor e de livre vontade. Quando fazemos a vontade de Deus, deixamos que Ele nos consagre, nada temos a temer. O nosso caminhar tem de ter a marca das Bem- Aventuranças e o amor nunca se questiona, daí que o compromisso assumido em Igreja e em comunidade também não se põe em dúvida, aceita-se, ama-se e vive-se.
Os pais da Lídia, até este momento numa linha de separação conjugal, estavam felizes, mesmo não concordando muito com esta decisão, pois ela remou sempre contra a vontade dos pais e avançou. Na sua ida para Moçambique sempre pensaram que tinha ido fazer estudos, só que nem imaginavam que estudos eram.
O Senhor prega assim umas partidas também à família e depois tudo se vai aceitando, mas com muita calma e sem pressas, nem imposições.
Graças a Deus e às irmãs, foi-nos apresentado um almoço de festa com muito requinte. Não deixando de ter de se pedir à comunidade do Lobito as toalhas brancas e outras coisas necessárias, tudo se tinha em casa. Aos poucos vai-se tendo um bocadinho de tudo. A louça, as toalhas, os talheres, travessas, copos e mais algumas alfaias de mesa, já vieram de Portugal, vamo-nos ajudando desta forma, sendo solidárias nas pequenas coisas.
O bolo foi confeccionado nas Monjas do Mosteiro da Mãe de Deus, aqui muito nossas vizinhas. Estava bom, bem como outras sobremesas bem frescas e apetitosas confeccionadas em casa e vindas de pessoas amigas.
Todos comeram e ficaram saciados. A alegria estava presente no rosto de cada uma das vinte e seis irmãs presentes, nos sacerdotes e familiares da irmã. Mas também se fazia sentir o cansaço físico das que ficaram toda a noite a pé para que tudo estivesse em ordem.
Por todas as irmãs que neste dia celebram a sua entrega ao Senhor, entoei uma prece apenas no íntimo do coração. Por aquelas que continuam a manter viva a sua lâmpada, sendo luz para o mundo, dou graças ao Deus da Luz. Pelas que foram testemunhas desta Luz, Cristo, resta-nos a gratidão. Às que caminhamos nesta Igreja peregrina, basta-nos alimentar a Fé em Jesus Cristo Palavra e Pão. Os caminhos da fidelidade, são os nossos caminhos, Cristo Luz do Mundo ilumine a nossa vida e nos torne fortes, firmes e fiéis ao Carisma que abraçamos.
TEDEUM LAUDAMUS, pelo dom da vocação Eucarística e Franciscana
A todas um abraço de Paz e Bem, do outro lado do Atlântico, com  o calor de cada Serva Franciscana
Ir. Glória