quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nada pode resistir ao poder de cura do Evangelho

Cardeal Giuseppe Betori fala da coragem e da fidelidade no autêntico humanismo

Assim como Jesus foi um profundo conhecedor da vida no seu tempo, a Igreja de hoje também tem que se voltar para a cultura contemporânea, com a certeza de que nada pode resistir ao poder de cura do Evangelho. Isto é mostrado pela história da Igreja no mundo antigo, assim como pela inspiração da fé que animou a renovação da cultura entre o final da Idade Média e o início dos tempos modernos. É questão de ouvir e de compreender o mundo, sem qualquer sujeição: a palavra de Deus julga o mundo.
Referindo-se ao cultivador de sicômoros, que torna os frutos comestíveis fazendo uma incisão antes de colhê-los, Basílio Magno interpretava o encontro entre a fé e a cultura do seu tempo como uma incisão que torna saudável e válida essa cultura. Basílio foi mencionado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, que comentou: "A evangelização não é uma simples adaptação à cultura, nem um mero revestir-se de elementos da cultura, no sentido de um conceito superficial de inculturação [...] Não, o Evangelho é um corte, uma purificação, que se transforma em maturação e cura" (intervenção do então cardeal Ratzinger na conferência sobre Comunicação e Cultura: Novas rotas para a Evangelização no Terceiro Milênio, 9 de novembro de 2002). O corte é feito justamente pela essência íntima da fé, pelos seus mistérios, dos quais o pensamento humano se alimentou para frutificar em desenvolvimentos substanciais.
Evangelizar exige promover a conscientização e a aceitação das culturas de hoje, uma atitude disponível que, porém, também pede coragem e fidelidade ao demonstrar o poder de cura da palavra de fé para um verdadeiro humanismo.
Uma estrada significativa dessa relação entre a fé e a cultura é a da beleza e, portanto, da arte, matriz humana.

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