quinta-feira, 18 de outubro de 2012


A nova evangelização como testemunho

O reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, Mons. Dal Covolo, esboça um primeiro informe do Sínodo


 “O diálogo entre a fé e a cultura no ensino". Este é, de acordo com Dom Enrico dal Covolo, a característica distintiva das escolas e das universidades católicas. Um diálogo - confirma o Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense - "inesgotável entre a ciência de Deus e as ciências humanas, junto com uma síntese teológica assimilada essencialmente, e coerentemente testemunhada pelos formadores. Porque este é o ponto realmente crucial: hoje muitos são professores (inclusive eu ...) - admite - mas muito poucos são testemunhas da fé e do encontro verdadeiro com Jesus Cristo".

Estes são alguns dos passos da relatio ante disceptationem que o prelado realizou na última sexta-feira, 12 de outubro, durante a assembléia sinodal. Uma intervenção totalmente orientada para aprofundar o papel das Escolas e das Universidades católicas como motores da Nova Evangelização. A intervenção sinodal foi o momento mais importante de uma semana cheia de significado que viu dal Covolo se reunir e discutir com os outros 262 “Padres” escolhidos por Bento XVI.
Uma semana, começada segunda-feira, 8 de outubro, com a intervenção do arcebispo de Washington, o cardeal Donald Wuerl e com a sua análise original sobre a contemporaneidade da Igreja. É “como - destacou o cardeal americano - se um tsunami de influência secular invadisse toda a paisagem cultural, levando consigo indicadores sociais como o matrimônio, a família, o conceito de bem comum e a distinção entre bem e mal”. Uma reflexão eficaz, de acordo com o prelado salesiano em que "revela a preocupação comum a todo o episcopado da disseminação dos processos de secularização e descristianização que avançam sempre mais no Ocidente”. Aquela preocupação que tem sido o pano de fundo para toda a semana caracterizada por poucos e evidentes conteúdos inovadores com relação ao desafio da Nova Evangelização.
"O que, no entanto, emergiu - explica dal Covolo - é a experiência internacional, intercultural e a abertura ecumênica própria da assembléia sinodal, verdadeiras " lentes" capazes de ler de forma nova os conteúdos propostos”. Aqueles conteúdos que devem ser encarnados na realidade – reafirma o Reitor da Universidade do Papa -: “muitas vezes nos concentramos muito nos conteúdos objetivos da fé, ignorando o testemunho que somos chamados a oferecer com a nossa vida. Sem essa – acrescenta – não se dão passos na Nova Evangelização: por isso todos nós, envolvidos na missão pastoral e acadêmica, devemos agir nesta direção, seguindo o exemplo dos nossos Padres. Eles foram grandes mestres, é claro, mas acima de tudo eram santos. Se não são santos, não são Padres".
Uma necessidade (a que deve testemunhar e testemunhar-se) que se faz ainda mais viva numa ocasião como o Sínodo em que se “escutam vozes e histórias diversas – esclarece ainda o bispo – como aquelas provenientes das Igrejas distantes, muitas vezes padecendo dores, experiências de guerra, fome ou intolerância religiosa ou como aquelas das mulheres (o sínodo tem várias observadoras), um recurso importante que a Igreja não pode deixar de valorizar cada vez mais”.
Avaliar, há pouco mais de uma semana do começo de um evento tão importante, não é nunca algo simples, mas dal Covolo está convencido de que o Sínodo representa uma oportunidade extraordinária para os padres que participam dele. "Esses padres - conclui - que também estão esperando propostas operacionais, de sinais concretos e gestos fecundos que podem ajudar o caminho da Nova evangelização”.
Uma semana importante, em definitiva, para o Reitor e bispo da Lateranense acompanhada de encontros pastorais, discussões acadêmicas e algumas entrevistas, culminando hoje pela entrega ao Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o Cardeal Angelo Amato como postulador da causa de beatificação de Albino Luciani, de uma primeira parte da positio, ou seja de toda a documentação coletada sobre virtudes heróicas, sobre a vida e sobre o suposto milagre realizado por João Paulo I.

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