domingo, 27 de novembro de 2011

Fala o poeta...

Senhor da novidade...

O início da Tua Boa Notícia é surpreendente! O convite que me fazes para preparar esse caminho plano e pleno condensa-se na expressão: “estai alerta… vigiai…”

Parece que dizes isto como a alguém que anda desorientado, de fé esmorecida. O eco da Tua mensagem é para mim sinal de conversão e nem tenhas dúvida, que é a hora mais certa para me provocares e incentivares a viver na e da Tua Luz.
Descubro-te no encontro, na proximidade, na presença dos mil gestos de amor transformados em sacramento de vida. Tu, vens inaugurar uma nova geração, Tu vens com poucas Palavras, mas a Tua Palavra é força e alento para a vida.
Rezo-te neste dia em que medito com ênfase a Tua atenção desmedida para com os Teus filhos, se assim, não fosse, como soaria a palavra “vigiai” ou o convite a estar “preparado”? É comovedora a figura do Batista, que mexe com o meu interior e me acorda para que sai do marasmo da vida e passe depressa ao anúncio da Tua Palavra com energia, com dedicação, com fôlego, com dinamismo e criatividade. A minha missão, por mais simples e silenciosa, tem de anunciar a Tua grandeza.

Fico maravilhada com a inferioridade de João expressa na metáfora de não ser capaz de desatar as correias das Tuas sandálias! Sabes, Senhor, são laços e nós da vida, que precisam de ser desfeitos para me baixar e descobrir na Tua pequenez e humildade o cerne da pobreza que me imponho viver e não sou capaz! João brinda-me com magnifico exemplo, com orientações válidas para o hoje da minha vida. A Palavra que orienta o meu coração e o meu pensamento e me ajuda a contemplar o caminho de santidade que me apresentas.
No deserto da vida há obstáculos que não consigo transpor, mas devo deixar o antigo e correr em busca do novo, do bom, do perfeito e do belo. Mostra-me a Tua face, salva-me, reveste-me de Fé, de empenho, de ternura e de atenção. Na passagem deste momento, preciso de estar vigilante, iluminada, atenta às Tuas exigências, recordando em cada sopro d e vida a necessidade de ser pobre, humilde, simples, deparando-me apenas com o bem, o bem supremo que me invade por todos os lados.
Rezo-te Senhor da novidade, para que não me deixe invadir pelo protagonismo, pela vontade própria, pelo cenário de uma grandeza que destrói. Completamente às escuras rezo-te com a voz do poeta: No meio da sombra e das feridas, creio em Ti… Sem Ti o sol é luz descolorida… Sem Ti a Paz é cruel castigo… Sem Ti a vida é morte repetida… Contigo o sol é luz enamorada, a Paz é florida, a vida é sangue a jorrar. Se me faltas Tu, não tenho nada…

Neste Advento espero viver a dimensão da alegria e da esperança, num sentido profundo de conversão. Fica o desejo de Te procurar em cada acontecimento, em cada pobre, em cada situação social… Fica a vontade de permanecer sempre atenta e vigilante, activa e serviçal…
Senhor, se me vires dormir, por favor, desperta a minha sonolência. Se me vires esmorecida na Fé, abrasa-me com o fogo para que acolha com dinamismo a Tua Palavra e viva cada vez mais vigilante e preparada para a Tua chegada que não tem tempo nem hora… 
Que tudo o que colocas nas minhas mãos, não permaneça cego, mas iluminado pela Tua Luz fulgurante. 
Que Te procure sempre não lá pelas alturas, mas na pequenez da Tua humildade. 
Que meus braços não se cruzem, mas sempre erguidos para Ti façam o acolhimento mais belo, mais quente e terno. Faz-me voltar de novo e refazer em Ti a minha novidade.