sábado, 13 de agosto de 2011

Deixai vir a mim as crianças...


Mt 19,13-15
Naquele momento, levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreenderam. Jesus disse: "Deixai as crianças, e não as impeçais de virem a mim; porque a pessoas assim é que pertence o Reino dos Céus". E depois de impor as mãos sobre elas, ele partiu dali.
O Reino dos céus é dos simples
As multidões que acorriam a Jesus levavam, comumente, adultos enfermos, paralíticos, cegos, surdos-mudos e possuídos por espíritos impuros. Eram as numerosas vítimas da exclusão do sistema dominador. Este era, também, o futuro a ser esperado para as crianças. Agora, ao cortejo dos que são levados a Jesus, incluem-se estas crianças. As crianças são, também, integrantes do universo social dos fracos e marginalizados, formado pelos impuros, pecadores, pobres, gentios. Ainda mais, dentro da família a criança é, com frequência, vítima indefesa da dominação possessiva e da violência inconsciente dos pais que, por sua vez, carregam a carga de um mundo de conflitos. A imposição das mãos de Jesus, acompanhada da oração, era uma esperança de que a elas fosse reservado um futuro melhor. "A pessoas assim, como as crianças, é que pertence o Reino dos Céus".
A observação de Jesus tem um duplo aspecto, o da inversão da ordem social e o da conversão interior dos discípulos. A nova ordem social a ser implantada com o Reino, não é a dos adultos conformados ou satisfeitos, empenhados na busca de sucesso, status e riqueza. Na nova ordem do Reino dos céus estão integradas as pessoas simples, confiantes no Pai, fraternas, comunicativas, acolhedoras e solidárias, em busca do novo, de um futuro promissor de um mundo melhor.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

NA FRESCURA DE UMA VISITA FRATERNA...

MOZAMBIQUE...
Mesmo com alguns momentos de dificuldade, o Senhor assiste-nos em nossas fraquezas e fortalece a nossa debilidade. Foi assim, que avancei para a viajem Porto, Maputo. Porque as forças eram menores, pedi ajuda e acompanhou-me até Lisboa a Ir. Maria do Céu, para puxar a bagagem de mão. Chegadas a Lisboa, encontramos a Marina que havia viajado de S. Paulo para depois seguir comigo para Maputo para aí ficar e fazer o noviciado. Uma viagem muito longa, mas muito serena. A noite não deu para fechar os olhos, pois não havia posição para o pescoço e as pernas ficavam adormecidas...
No silêncio da noite, rezei ao Senhor das alturas e  do universo. Em Seu coração coloquei alegrias, dores e canseiras da vida, apresentei a vida e o crescimento da Congregação, repassando cada uma das irmãs. Na escuridão de uma noite longa, experimentei o Mestre como alívio, conforto e segurança. A Sua Luz intensa, brilhou no meio da noite e chegamos a Maputo pelas 5.30h locais. Nesta altura ainda se faz sentir a noite e nem deu para ver o sol nascer.
Como tudo está diferente! Muito progresso à vista de todos. Como foi grande a diferença desde a primeira visita até hoje! Como ia ser,se nem podia empurrar o carrinho para ir buscar as malas e a Marina tinha que guardar as dela! Aparecem sempre aqueles que precisam de uma nota e não tive outro remédio. A minha bagagem chegou direita e bem depressa, mas a da Marina ficou metade em Lisboa, que chatice.... Chegou a Ir. Anunciação e as duas foram reclamar as malas.... Saímos e à espera do carro, sentiu-se um vento bem frio que trespassava os ossos. Nem parecia que estava em África, mas estava  em casa com a graça de Deus. A saudação foi efusiva.... batuque e cantos de alegria. Depois de   feita a visita ao Patrão da casa numa capela bem arejada e harmoniosamente arranjada.
Graças a Deus estávamos em casa. Faltava tomar o pequeno almoço e depois ir fazer um descanso, pois uma noite sem dormir custa e para mais com o corpo encolhido....
O frio faz-se sentir, é preciso meias, casaco e à noite um pijama quente e umas meias a aquecer os pés. Faltam ainda as posições da coluna, mas já dá para descansar e dormindo a noite sem sobressaltos. Um mosquito quis saudar-me e toda a noite se alimentou, mas de manhã levou uma palmada e terminou por ali a sua vida.
No Domingo logo de manhã fomos à Missa à Paróquia. Era dia de nomeações das pastorais e a surpresa foi grande, pois a Ir. Anunciação ficou responsável da catequese, no conselho permanente e conselho pastoral. Uma coleção de serviços que vão preencher mais o seu tempo, já tão ocupado. O Domingo foi para descansar e ver o que havia nas malas. Fez-se a agenda de trabalho e como ainda sinto as costas fragilizadas e o pescoço esquisito, preferi ficar a fazer a visita no Noviciado que graças a Deus é numeroso. São quatro noviças, quatro postulantes, três pré postulantes e ainda faltam as jovens quenianas que deveriam ter vindo comigo mas não foi possível, por causa de documentos.A noite chega bem cedo, e o recreio deste dia foi bem animado. Estavam preparadas para fazerem uma festa à nossa chegada, o que aconteceu com muita euforia e alegria. Não havia rebuçados para distribuir, pois haviam ficado na mala em Lisboa e esta só chegava na quinta feira. Dando graças ao Senhor por tudo seguiu-se o merecido descanso.
A segunda feira amanheceu fresquinha. O orvalho da manhã sente-se com intensidade, o verde da relva brilha e as pétalas das rosas ficam de uma beleza rara. Pela primeira vez vi o florir das mangueiras que se preparam para dar fruto a seu tempo. Havia no jardim do claustro uma laranjeira com três das suas primícias que estavam à minha espera, mesmo já sem o sumo saboroso, deu para perceber que são de boa marca.
Nesta manhã a ir. Anunciação saiu muito cedo com a ir. Alda para tratar do visto para Portugal. No dia seguinte tocou-me a mim ir confirmar in loco, que estava em Moçambique e  fazer nova carta de chamada para a ir. Alda poder obter o visto de entrada em Portugal. Sair para o movimento da cidade leva uma manhã inteira. Nas repartições publicas é preciso esperar tempos infinitos. Todos os dias tem-se feito uma corrida para o serviço de emigração por causa da Benedeta e Doroty, que ficaram em Portugal e ainda não temos despacho de documentos. Depois do almoço, seguiu-se o necessário e habitual descanso e na hora marcada para a reflexão comum de início da Visita Canónica aconteceu, na sala do Noviciado, com a comunidade toda reunida, num total de catorze pessoas, pois as aspirantes ainda não participaram neste ato fraterno.
Em casa a Eucaristia apenas se celebra três vezes por semana, o que é uma graça muito grande. Nos outros dias faz-se a celebração da Palavra. Nos momentos de oração comum parece que tudo sai sempre com perfeição. A beleza e a expressão do ritmo musical dão um sabor diferente à oração, daí que se saboreia com  um gosto especial.
De manhã dava-me sempre uma curiosidade imensa de ver o sol nascer com todo o seu esplendor, era um espreguiçar-se lentamente para depois mostrar todo o seu esplendor saindo por entre as árvores ou escondido nalguma nuvem que teimava em não o deixar brilhar. Dava para fazer uma meditação silenciosa, sem palavras, pois ao contemplar a maravilha da Criação, nada mais nos resta a não ser o louvor e a ação de graças pela vida, pela natureza e por toda a criação.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quem é o mais importante?

  Mt 18,1-5.10.12-14


Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus?" Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: "Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, estará acolhendo a mim mesmo. Cuidado! Não desprezeis um só destes pequenos! Eu vos digo que os seus anjos, no céu, contemplam sem cessar a face do meu Pai que está nos céus. "Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos morros, para ir à procura daquela que se perdeu? E se ele a encontrar, em verdade vos digo, terá mais alegria por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Filho do Homem vai ser entregue...

Mt 17,22-27
Quando estava reunido com os discípulos na Galiléia, Jesus lhes disse: "O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará". E os discípulos ficaram extremamente tristes.
Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: "O vosso mestre não paga o imposto do templo?" Pedro respondeu: "Paga, sim!" Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: "Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?" Ele respondeu: "Dos estranhos!" - "Logo o próprio povo está isento", retrucou Jesus, "mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti".

domingo, 7 de agosto de 2011

Coragem...


  Mt 14,22-33
Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho. O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: "É um fantasma". E gritaram de medo. Mas Jesus logo lhes falou: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!" Então Pedro lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água." Ele respondeu: "Vem!" Pedro desceu do barco e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" Jesus logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os que estavam no barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: "Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!"