terça-feira, 1 de novembro de 2011

Senhor da Felicidade...

Senhor da felicidade

O Anjo que sobe a nascente, traz o Teu selo, Tu que és o Deus da vida. Sou marcada por este selo que me convida a ser santa. De pé, diante do teu trono estás Tu, o Cordeiro Imaculado, a quem quero apresentar-me impecável, de túnica branca e com palmas na mão, bradando com voz forte: “ A Salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”.
De rosto por terra, adoro-Te e bedigo-Te, Tu, o Senhor da felicidade, Aquele que me repete: “Vinde benditos de meu Pai…”. Sou da geração dos que Te procuram, querendo subir à Tua montanha santa e habitar no Teu Santuário e nele experimentar o silêncio da admiração porque disposta a escutar-Te no segredo. As parcas palavras que meus lábios possam pronunciar, são breves e ínfimas mediante o Teu silêncio belo e leve como brisa suave. Tu manifestas a Tua graça nesse silêncio adorador e aí, eu aprendo a pronunciar o Teu nome e a viver na inocência do coração.

Tu, que tens por cada ser humano um amor admirável, Tu que nos consagras e chamas a viver a filiação divina. Ver-Te, contemplar-Te, subir ao monte Contigo, é admirável! Esperar em Ti, viver essa purificação interior não há vocábulos capazes de demonstrar essa beleza imparável! Escutar os Teus ensinamentos, é dom que não sei agradecer.
Hoje, Senhor da felicidade, é dia dos felizes, dos santos que já gozam da Tua presença, mas é o dia da Igreja que peregrina num caminho de santidade, porque apoiada e fortalecida pela Tua Palavra que se repete: “Sede Santos, porque o vosso Pai Celeste é Santo”. Eu faço parte destes que caminham ainda em busca da plena santidade de vida. Hoje, Senhor, ouso repetir as palavras que Louis Amstrong cantava com a sua voz inimitável: “eu quero ser um deles”, um desses santos que peregrinam em busca do bem supremo…

No mais fundo da minha humanidade, repito: desejo ser santa. Desejo ser a heroína destes tempos, onde o chorar tem um sentido muito alargado, onde a paz se vive com dificuldade, onde a pobreza traz a marca do abandono, do não ter nada, do não ter voz, do ser injustiçado, escorraçado e mal tratado… sofre-se, chora-se, é-se perseguido, ultrajado, injuriado, mas é desta forma que Te apresentas ao mundo nos dias em que vivo, nos pobres. O que significa para, mim, viver com radicalidade o códice de vida que me apresentas? Tudo está no ser Bem-aventurado porque estas coisas acontecem em Ti, por Ti e para Ti…
A santidade é um projecto inigualável. Nenhum arquitecto ou projectista será capaz de refazer criativamente esta maqueta. Neste projecto, há impulso dinamizador, há vivência e desafio sem par, há cor, harmonia de rabiscos, há constância na santidade de vida que o coração se propõe viver com batimentos fortes ao ritmo de uma vida que não tem barómetro para medir a milésima do respiro que oxigenado traz Vida e Vida em Abundância.

“A coisa mais verdadeira deste mundo não é propriamente a liberdade, mas a fidelidade”. Hoje e sempre, o convite soa aos meus ouvidos pedindo que seja capaz de dar volta à minha vontade rebelde… O grande desafio da santidade está em ser cada vez mais como Tu me queres, a minha vontade tem de estar em sintonia com a Tua, tem de manter viva a comunhão de vontades, comunhão de peregrinos, comunhão de santos.
Sou dessa geração incontável que forma a multidão dos que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá. Sou dos que queremos partilhar as Tuas alegrias e dores. A minha vida tem de se conformar com a Tua, tenho que ser sempre do grupo dos Teus amigos.
No cume pontiagudo da montanha, experimento a força da Fé, a corrente da Esperança e o fogo da Caridade. É preciso viver arraigada e cimentada em Ti, ó Cristo. Urge dar testemunho de santidade coerente, ao mundo em que espraio e exponho a minha vida. Urge ser profeta de paz no mundo que clama Paz, e na contradição dos actos faz a guerra.
Preciso de falar de Deus ao mundo de hoje. Que a necessidade premente do compromisso forte da Fé, faça tremer o meu pensamento e a minha memória e coração. Que tudo se deixe tomar por Ti, que insistentemente me convidas à santidade.
A velocidade com que percorro as sendas deste mundo, não podem afastar-me da Santidade do Deus que habita em mim, mas é por mim tão esquecida. A fragilidade da minha natureza tem de sentir-se fortalecida pelo constante repetir: “Eis-me, Senhor, podeis enviar-me”. 

Ser sinal de bem-aventurança, viver em felicidade e fidelidade é a minha missão, mesmo que nela se atravesse a Cruz.
Sermos santos, porque Tu, nos convidas a ser santos, é meta desejável e possível.

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